Pior seria

3 de dezembro de 2010 § 2 Comentários

Mate-a antes que ela te emocione ou viva cada lágrima e cada segundo de angústia como um vício inalienável da sua própria condição de ser gente – e pouco. Destrua a sina incompleta de sofrimento brilhante; ou troque de roupa, passe perfume, arrume o cabelo e vá contra. Apenas quero dizer que é sempre marcante, sempre nos faz maciços e flutuantes. Sempre preponderante a qualquer outra coisa, mesmo que queiras parecer forte.

De dia, faz suspiros, ansiedade, transpiração, soluço, cinzeiro cheio e furor de véspera com garrafa de café vazia. De noite, bebedeira, medo, solidão, insônia, fome, telefonemas e torpedos – mesmo sabendo que não vai adiantar. Paliativo nunca adianta. Se com amigos ou em grupo, sente-se sozinho. Com inimigos, acha-se no meio de um jardim vazio de flores e inofensivo. Sozinho, ainda, sente que sobra alguém nesse silêncio. Pouco importa, nada parece bom.

Apaixonada, faz doer, perecer, morrer, ressuscitar e jubilar a cada telefonema . Fraterna gera mimos como bolo de fubá, o prato preferido ou simplesmente afeto mordido, molhado, rasgado e sincero. Se do peito onde cabes, ou do colo que te completa, Saudades sempre mudam tudo. E, do mesmo escuro que envolve a falta, sai uma luz, que é a possibilidade da volta. Ruim com ela? Melhor matá-la. Pior seria ter passado sem ninguém pra se lembrar.

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